Produtores da Amazônia sob pressão: por que a rastreabilidade virou requisito para vender no mundo
Após suspensão da Moratória da Soja, compradores europeus exigem garantia de origem e conservação. No Amapá, cooperativas e produtores já se movimentam para não perder mercado.

A decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) de suspender a Moratória da Soja reacendeu um alerta antigo entre produtores, cooperativas e compradores internacionais: como garantir que a produção agrícola não venha de áreas desmatadas?
A resposta, cada vez mais, está nos dados. Ou melhor: em rastrear com precisão a origem, o manejo e a regularidade de cada lavoura — especialmente no bioma amazônico.
Essa exigência global, que parece distante de muitos pequenos produtores, já começa a ecoar em estados como o Amapá, onde a floresta ainda cobre mais de 70% do território e a agricultura familiar responde por boa parte da produção local.
O que mudou com o fim da moratória?
Criada em 2006, a Moratória da Soja proibia que grandes tradings comprassem grãos de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O acordo envolvia gigantes como Cargill, ADM, Bunge e Louis Dreyfus, e garantia uma barreira de proteção ambiental exigida por compradores internacionais.
Com a suspensão da moratória pelo Cade, a obrigação formal caiu, mas a pressão do mercado internacional aumentou. Varejistas europeus como Tesco, Sainsbury’s e Aldi já anunciaram que continuarão exigindo comprovação de origem, independente da legislação brasileira.

E quem está na Amazônia, faz como?
No Amapá, onde boa parte da produção agrícola ainda é informal, muitos agricultores vivem o dilema entre produzir mais e conseguir provar que fazem isso dentro da lei.
Para acessar mercados mais exigentes, projetos de fomento ou mesmo programas como PNAE e PAA, é preciso ter:
- Cadastro Ambiental Rural (CAR)
- Cadastro da Agricultura Familiar (CAF)
- Documentação da área produtiva
- Registros de manejo e colheita
- Emissão de nota fiscal
Sem isso, o produtor simplesmente não entra no jogo.
“O problema é que essa documentação, sozinha, não garante rastreabilidade. O que garante é o caminho do dado: onde, quando e como foi produzido”, explica Victor Monteiro, da Amaztrace.
Como a rastreabilidade resolve isso?
A rastreabilidade digital permite comprovar, com dados objetivos e auditáveis, que o alimento não veio de área ilegal, que foi produzido dentro das regras e que o produtor está formalizado.
No modelo da Amaztrace, tudo isso pode ser feito direto pelo WhatsApp:
- O produtor registra sua atividade em linguagem simples
- O sistema organiza os dados automaticamente
- A cooperativa ou projeto acessa painéis com as informações
- É possível gerar etiquetas com QR Code que mostram tudo: data, origem, área, produtor, coordenadas, etc.
“Não é só para vender fora. É também para acessar crédito, emitir NF, comprovar impacto. Tudo começa com o dado certo, no momento certo”, reforça Monteiro.
Risco ou oportunidade?
Enquanto tradings e supermercados discutem conformidade ambiental, o produtor da Amazônia precisa de apoio para se adaptar.
No Amapá, a Amaztrace já atua com cooperativas que trabalham com cacau, açaí, pimenta-do-reino, abacaxi e outras culturas da sociobiodiversidade. A digitalização vem sendo feita com foco na inclusão produtiva, sem depender de internet estável ou aplicativos complicados.
A rastreabilidade, nesse caso, deixa de ser apenas uma exigência e passa a ser uma ponte: entre o campo e os programas de fomento, entre o produtor e o mercado, entre a floresta e a conservação com renda.

Conclusão: não é o fim da moratória — é o início de uma nova fase
A suspensão do Cade não eliminou a exigência internacional por práticas sustentáveis. Pelo contrário: colocou o holofote sobre o que vem depois. E o que vem depois é mais rastreabilidade, mais dados, mais comprovação.
Para quem produz com responsabilidade na Amazônia, isso pode ser uma chance de mostrar valor — e conquistar espaço. Com a ferramenta certa, até uma conversa no WhatsApp pode virar um relatório de impacto.
Sua organização quer ajudar produtores a acessar o mercado internacional de forma descomplicada?
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